terça-feira, 4 de junho de 2013

Lamento II



Quisera eu, feito Rosa,

Estar só como os gatos e árvores. Não o só da solidão; mas o só da solistência.

Mudar sempre por não estar ainda terminada.

Ficar largo e profundo como o rio, sem pressa de chegar.

Desconfiar de muita coisa por quase nada saber.

Ficar encantada e não morrer.

Seguir veredas no grande sertão.

Apanhar silêncio dum sentimento.

Viver como descuido prosseguido.

Ter natureza de não caber em certeza nenhuma.

Acreditar que eu mesmo seja um conto contado por mim.

Mas ao rasgar-me e remendar-me, em questões de poesia,

Encontro só pétalas!