“Caminhava quando ela passou por dentro de mim. Olhei para trás, ela exibiu asas enormes e voou em direção ao sol. Fui atrás, mas não adiantou, não tinha asas. Continuei caminhando, cruzei com um sujeito que pensava alto.”
Entrei no parque municipal e admirei as árvores. Assentei-me no gramado e procurei por ela. Tirei papel e lápis de dentro da mochila e esperei que ela voltasse.
Senti caírem do céu pequenos fragmentos de cinza que sujaram o papel. Minha imaginação havia queimado suas asas enormes ao se aproximar muito do sol.
Soprei as cinzas, fechei o caderno e pensei:
- também quem manda querer voar assim tão alto!
( a frase entre aspas é de R. Claver)