“Se não lanças o dado, não há acaso a ser provocado!” Mariana pensava no que ele havia dito, seu professor de filosofia esotérica, quando pegou o carro e saiu de casa apressada para dar uma chance ao acaso.
No sinal fechado olhou para o lado, primeiro lance de dados. Sorriu para as crianças do carro ao lado que responderam com caretas: botou língua para elas também O pai das crianças olhou enfurecido e ralhou com as crianças. Do outro lado o poodle tosado quase despencava janela afora, latindo e se exibindo. A madame falava qualquer coisa ao celular.
O por do sol avermelhado cobria o horizonte enquanto os poucos pássaros procuravam abrigo para a noite nos ipês rosas que floresciam em cachos..
Na faixa de pedestres duas senhoras idosas passavam de braços dados e passos curtos, o cadeirante se esforçava para acertar o meio fio rebaixado, o careca de pasta de couro olhava de soslaio para a moça de salto alto e mini saia.
Mariana observava distraída os acontecimentos. Sentiu a respiração ofegante de alguém perto da janela de seu carro. Um cheiro quente e ácido invadiu o ambiente. Dedos finos e unhas sujas seguravam o vidro da janela. Ela ouviu:
- passa a bolsa ou eu te furo!
Com movimentos tensos e controlados Mariana passou a bolsa olhando sempre em frente.
O sinal abriu. Mariana arrancou. Suas pernas tremiam. Parou o carro numa vaga, fechou os vidros, recostou a cabeça, cerrou os olhos e chorou.
Mais um dado a acrescentar às estatísticas policiais e um (a)caso triste.
Ah, Marcinha!
ResponderExcluirNão podia ser um moço alto, bonito, de olhos bondosos???
Lança esses dados de novo...!!!!
Beijo.
Uma moça também bonita me relatou um assalto essa semana. E ela ficou deprimida. Mas como você mesma diz: lançar os dados outra vez. Até chegar a vez de um moço alto, bonito de olhar bondoso, como diz a Bia.
ResponderExcluirBj,
Paula
Ôh, Marcinha?!
ResponderExcluirTirou férias?
Tô com saudades de suas crônicas.
Beijo. Bia