quarta-feira, 17 de abril de 2013

Palavras e coisas






Eu sou a pedra no meio do caminho!
Aquela que o poeta versou.
Vivo em bocas literatas.
Minha existência é metafórica.
 Muitos, vi voltarem desesperados seu caminho.
Outros,vi contornarem indecisos minhas arestas.
Tantos outros, vi paralisados diante do poder a mim atribuído.
Oh! Retinas fatigadas!
Queria mesmo ser pedra preciosa.
Destas que moram no colo das mulheres a emprestar-lhes seu brilho.
Ou perambulam pelos ares presas aos anéis em dedos móveis.
Ou adormecem nos furinhos das orelhas macias.
Mas eu sou a pedra no meio do caminho!
Não sou coisa dependurada, objeto de decoração, enfeite.
Sou palavra inventada, escritura forjada, acontecimento.
Melhor assim.
Nunca me esquecerei.
Eu sou a pedra no meio do caminho!





Um comentário:

  1. Marcinha, que bom que sua escrita voltou como 'acontecimento'.Seus leitores estavam sentindo falta.E o efeito da leitura é pensar e sentir, de modo particular e poético, o cotidiano, tal como você se propôs a princípio. Uma cronista??!!
    beijos

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