Eu sou a pedra no
meio do caminho!
Aquela que o poeta
versou.
Vivo em bocas
literatas.
Minha existência é
metafórica.
Muitos, vi voltarem desesperados seu caminho.
Outros,vi contornarem
indecisos minhas arestas.
Tantos outros, vi
paralisados diante do poder a mim atribuído.
Oh! Retinas
fatigadas!
Queria mesmo ser
pedra preciosa.
Destas que moram no
colo das mulheres a emprestar-lhes seu brilho.
Ou perambulam pelos
ares presas aos anéis em dedos móveis.
Ou adormecem nos
furinhos das orelhas macias.
Mas eu sou a pedra no
meio do caminho!
Não sou coisa
dependurada, objeto de decoração, enfeite.
Sou palavra
inventada, escritura forjada, acontecimento.
Melhor assim.
Nunca me esquecerei.
Eu sou a pedra no
meio do caminho!
Marcinha, que bom que sua escrita voltou como 'acontecimento'.Seus leitores estavam sentindo falta.E o efeito da leitura é pensar e sentir, de modo particular e poético, o cotidiano, tal como você se propôs a princípio. Uma cronista??!!
ResponderExcluirbeijos