Quisera eu, feito
Rosa,
Estar só como os
gatos e árvores. Não o só da solidão; mas o só da solistência.
Mudar sempre por não
estar ainda terminada.
Ficar largo e
profundo como o rio, sem pressa de chegar.
Desconfiar de muita
coisa por quase nada saber.
Ficar encantada e não
morrer.
Seguir veredas no
grande sertão.
Apanhar silêncio dum
sentimento.
Viver como descuido
prosseguido.
Ter natureza de não
caber em certeza nenhuma.
Acreditar que eu
mesmo seja um conto contado por mim.
Mas ao rasgar-me e
remendar-me, em questões de poesia,
Encontro só pétalas!
Márcia, que além de cronista de primeira, envereda bem pela linha poética, inspirada na prosa do Rosa. Cria imagens, belas viagens pela natureza e pelas incertezas que o quotidiano espalha por aí, pra quem está à caça de alguma poesia pra existir. Pra recordar Guimarães, pra releituras e outras belezuras. Pra se encantar.
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