A montanha pulverizada
Acordo sobressaltada com um barulho estranho vindo da sala. Caminho devagarinho para não despertar o ser mineral que lá se instalou – uma pedra.
Desconfiada a vasculho com o olhar.
Imóvel ela reflete o pico do Cauê, o ferro e as milhões de lascas daquela “montanha pulverizada”, do poema de Drumond.
Me aproximo e toco seu ser frio e duro.
Nesse instante ela se desfaz
em pó de ferro, pó de serra, pó das Minas Gerais.
Não era sonho, nem poesia. Era uma pedra de dura realidade.
Vale contar.
Márcia Sartorelo
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