Minha amiga tem um gato.Viaja da fazenda à casa da cidade enroscado no banco do carona. A maritaca ela carrega no ombro esquerdo e o cachorro refestelado no banco de trás.
Quem ouve falar fica pensando, e temendo, que o cachorro resolva pegar o gato, e este por sua vez a maritaca e...nem é bom pensar.
Mas eles obedecem ao combinado: cada um no seu pedaço e todos no coração de minha amiga.
Um dia, conversando ao telefone, ela me disse:
- Márcia estive matutando...quando eu morrer acho que vou deixar o Dodi de herança para você.
- Dodi, o gato?
- É, ele mesmo. Com seu espírito independente você combina mais com gatos...são mais livres, menos apegados ao dono.
Eu pensei cá comigo: nisto ela tem razão. Não gosto mesmo de cachorro me seguindo para todo lado, obedecendo, abanando rabo, com aquela cara de pidão. O gato é misterioso, arisco, quase rebelde. .
Aceitei a herança, na esperança de que ela não morra tão cedo. De preferência depois de mim.
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